quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Como preparar um filho para uma cirurgía cardiaca.


Preparar um filho para uma cirurgia cardíaca não é tarefa fácil e gera dúvidas aos pais. Frequentemente nos deparamos com perguntas:
- Será que devo contar ao meu filho o que se vai passar?
- Será melhor não lhe dizer nada, para não lhe causar stress?

Publicamos aqui um PDF de uma organização, a Heartwaves, que vos vai ajudar a responder a algumas perguntas que nos inquietam.


http://www.heartwaves.org/Portals/142212/docs/dealing%20with%20child%20having%20open-heart%20surgery-powerpoint%20(1).pdf

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O Cateterismo Cardíaco

O cateterismo cardíaco é um método diagnóstico de avaliação cardíaca que consiste na introdução de um catéter num vaso sanguíneo para se chegar ao coração. O catéter é introduzido através da punção da pele, numa veia ou artéria, na virilha, percorrendo o sistema vascular até chegar ao coração.

Para que serve?

  O seu funcionamento, fazendo-se com introdução de pequenas quantidades de produto de contraste e visualização através de aparelhos RX.

  Mostrar malformações como cardiopatias congénitas.

  Mostrar obstruções das artérias que irrigam o músculo cardíaco.

  Identificar alterações do funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco

  Desobstruir artérias e válvulas


Tipos:

De diagnóstico e de intervenção

Onde e como se faz
Numa sala apropriada, com uma equipa especializada composta por cardiologistas, anestesistas, enfermeiros/as e técnicos/as de cardiopneumologia.
As crianças são anestesiadas para que o exame se realize com maior segurança e não sintam dor.
Para diminuir a dor no local da punção do cateter (virilha) é colocada pomada anestésica pelo menos uma hora antes do exame começar.
O exame é realizado no Hospital dos Covões onde existe uma sala com equipamento adequado. As crianças são sempre acompanhadas pelas mães/família e por enfermeira/o do serviço.
Após o exame ficam durante algumas horas em repouso e vigilância regressando de novo ao Hospital Pediátrico.

Quanto tempo dura o exame
É difícil estabelecer o tempo exacto, depende do tipo e do procedimento realizado.

Que Preparação é necessária

No dia anterior ao exame as crianças e famílias devem dirigir-se ao Serviço de Cardiologia, no 3º piso, onde são observados a fazem alguns exames: RX do tórax, electrocardiograma e ecocardiograma.
Em seguida são internadas no Serviço de Medicina.
A/O enfermeira/o que as vai receber, mostra-lhes o serviço e dá-lhes algumas informações sobre o seu funcionamento. Antes de colher o sangue necessário para as análises, coloca uma pomada anestésica no local da punção para evitar a dor.
Sempre que possível a punção é feita com um cateter que depois de se realizarem as colheitas fica encerrado até colocar um soro, no dia seguinte, algum tempo antes de sair para o exame. As crianças ficam em jejum 4 a 6 horas antes do exame, conforme a idade.
Se habitualmente lhe dá medicação em casa deve comunicar ao médico ou enfermeira para saber se pode continuar a fazê-lo e a que horas.
No dia do exame são acompanhadas pela mãe e/ou acompanhante e enfermeira/o até ao local ande este se realiza, Hospital dos Covões – Laboratório de Hemodinâmica.
A mãe aguarda na sala de espera enquanto se realiza o exame podendo permanecer junto da criança no restante tempo.
Enquanto aguardam, as crianças têm o apoio da Associação dos Pais e Amigos da Criança com Doença Cardíaca (APACDC) podendo fazer algumas brincadeiras e jogos.
Após o exame o/a médico/a vai informar a família dos resultados.
De regresso ao Hospital Pediátrico ficam em repouso e vigilância.
Têm alta na manhã do dia seguinte, depois de observadas pelo/a médico/a, ou dois dias depois, se o cateterismo for de intervenção.

Precauções depois do exame

A criança só regressa ao Serviço de Medicina quando estabilizada e acordada, sempre acompanhada por enfermeira/o.
Após o exame, durante algumas horas, deve permanecer em repouso com o membro onde foi introduzido o cateter esticado, evitando a flexão.
Deve observar-se o penso oclusivo que foi colocado no local da punção do cateter para pesquisar possíveis hemorragias assim como a coloração da pele e temperatura do membro onde foi feito o cateterismo.
Só pode iniciar a alimentação algum tempo depois, de acordo com a opinião da/o enfermeira/o ou médico/a.
A/O enfermeira/o responsável pela criança vai informar os pais sobre os cuidados necessários e como podem colaborar na realização desses cuidados.
O/A médico/a cardiologista virá ao serviço fazer observação médica se necessário.


Consentimento para o exame

O/A médico/a vai informar os pais do exame, em que consiste, o que se pretende e quais os riscos que podem ocorrer pedindo-lhes o seu consentimento de forma escrita.

Como informar o seu filho

A informação que uma criança pode obter depende da sua idade e desenvolvimento.
Devem-lhe ser explicados os procedimentos de forma clara, sem o/a enganar, respondendo de forma sincera às suas perguntas. Enfermeiras/os e médicos/as estão preparados para ajudar a dar essa informação.

A presença da família
O acompanhamento da família é permitido e incentivado para garantir a segurança afectiva que as crianças necessitam, sobretudo em períodos de hospitalização e ou cuidados médicos.
A/O enfermeira/o responsável informará os pais das condições da sua permanência, de acordo com os direitos familiares e as normas internas do serviço.
Procure esclarecer-se bem, perguntando tudo o que não entender e queira saber sobre a doença do seu filho para que fique elucidada/o de todas as dúvidas e receios.
Essa informação poderá ajudá-la/o a sentir-se mais segura/o e a transmitir mais tranquilidade ao seu filho.

 
Os cuidados em casa após exame
A criança deve evitar exercícios/brincadeiras violentas nos três primeiros dias a seguir ao exame.
Observe a zona do local da punção, lave com água e sabão e aplique um desinfectante se necessário ou coloque um penso.


Retirado do site:
http://www.chc.min-saude.pt/servicos/cardiologiapediatrica/guia_cateterismo.htm


domingo, 29 de abril de 2012

Alguns exemplos de cardiopatias



Não-cianóticas:
- Comunicação Interventricular (CIV)- Surge quando existe um ou mais orifícios na parede que separa os ventrículos esquerdo e direito do coração. A maior parte destas CIV's encerram-se espontâneamente. Quando isso não acontece pode ser necessária uma intervenção cirúrgica onde se coloca um “patch” para encerrar a comunicação.
 
- Comunicação Interauricular (CIA)- Surge quando existe uma abertura na parede que separa os dois lados do coração. Esta abertura está na parte superior do coração. A maior parte destas CIA's encerram-se espontâneamente. Quando isso não acontece pode ser necessária uma intervenção cirúrgica ou por meio de cataterismo, onde se coloca um “patch” para encerrar a comunicação.

- Estenose Aórtica - Surge quando existe um estreitamento ou uma obstrução da válvula aórtica do coração que impede que esta se abra adequadamente bloqueando o fluxo sanguíneo desde o ventrículo esquerdo ate à aorta. Se a estenose for leve não necessitará de tratamento mas somente de vigilância regular, tratando-se de uma situação mais grave o tratamento poderá passar por uma intervenção cirúrgica para substituir a válvula (Procedimento de Ross), poderá também ser dilatada por meio de uma valvuloplastia.

- Persistência do Canal Arterial (PCA)- Falha no encerramento do canal que liga a artéria pulmonar à aorta na época do nascimento. O tratamento consiste numa intervenção ou cirúrgica ou por meio de cataterismo , onde se encerra o conduto.

- Estenose da válvula Pulmonar - Como o nome indica é um estreitamento ou aperto da via de saída do ventrículo direito, na grande maioria dos casos localiza-se na artéria Pulmonar. Se a estenose for leve não necessitará de tratamento mas somente de vigilância regular. O tratamento nos casos mais severos poderá passar por um cataterismo para dilatar a válvula, praticamente sem riscos.

- Estenose Aórtica Como o nome indica é um estreitamento ou aperto da via de saída do ventrículo esquerdo para a Aorta. Se a estenose for leve não necessitara de tratamento mas somente de vigilância regular. Dependendo dos casos o tratamento poderá passar por uma intervenção cirúrgica para substituir a válvula, ou até mesmo pode ser suficiente um cataterismo para dilatar a válvula.

- Coartação da Aorta - Surge quando há um estreitamento na aorta, resultando numa pressão sanguínea baixa.  Na maioria das vezes, a coartação está localizada de tal forma que existe uma pressão sanguínea mais elevada na parte superior do corpo e nos braços e pressão sanguínea mais baixa na parte inferior do corpo e nas pernas. O tratamento poderá passar por uma intervenção cirúrgica ou por meio de um catarerismo onde o medico dilata a abertura com um balão.


Cianóticas:

- Atresia Tricuspide - Surge quando a válvula tricuspide do coração está ausente ou não se desenvolveu correctamente. Este defeito cria uma obstrução do fluxo sanguíneo desde aurícula direita ate ao ventrículo direito do Coração. O seu tratamento passa por intervenção cirúrgica.

- Transposição dos Grandes Vasos - Surge quando a aorta, que é a principal artéria, nasce no ventrículo esquerdo do coração, nestes casos sai do ventrículo direito, e a artéria pulmonar sai do ventrículo esquerdo, fazendo com que grande parte do sangue entre na circulação sem ser oxigenado. Geralmente, realiza-se um procedimento cirúrgico nos primeiros dias de vida, que consiste em unir a aorta e a artéria pulmonar aos ventrículos apropriados e reimplantar as artérias coronárias, que irrigam o coração, na aorta, uma vez modificada a sua posição.

- Tetralogia de Fallot - envolve quatro defeitos:
- Um defeito do septo ventricular.
-  Estenose pulmonar.
- Hipertrofia do ventrículo direito.
- Aorta deslocada.
Juntos, esses quatro defeitos significam que sangue suficiente não é capaz de alcançar os pulmões para obter oxigénio, de modo que sangue pobre em oxigénio flui pelo corpo.
A correcção cirúrgica do problema consiste em reparar o defeito do septo ventricular abrindo a estreita passagem do ventrículo direito e a estreita válvula pulmonar, assim como o encerramento de qualquer ligação artificial entre a aorta e a artéria pulmonar.

- Tronco Arterioso Comum - Surge quando há uma falha na divisão entre a artéria pulmonar e a Aorta e o coração apresenta um único grande vaso na saída dos dois ventrículos. Ocorre uma mistura entre o sangue arterial e venoso no tronco único, que leva pouco oxigénio para os órgãos e o bebe fica com cianose. O tratamento passa por uma intervenção cirurgia, geralmente nos primeiros meses de vida onde se separam as artérias pulmonares da artéria comum e liga-se ao ventrículo direito de meio de um conduto artificial.

- Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplasico - Ocorre com o lado esquerdo do coração (válvula mitral, válvula aórtica do ventrículo esquerdo e a aorta) não se desenvolvem por completo. O tratamento completo passa por 3 cirurgias, a primeira mal o bebe nasce (NORWOOD), 2ª entre os 5/9 meses e a 3ª por volta dos 2/3 anos de idade.

Quem Somos

“Juntos pelo Futuro das crianças com cardiopatias”
Somos um grupo de pais e amigos que viveram a experiência de conviver com uma criança portadora de uma cardiopatia e oferecem de forma voluntária a sua ajuda e apoio.
Sentimos a necessidade de saber mais sobre esta doença que até aqui era desconhecida para nós e partilhar os nossos medos, ansiedades, dúvidas e também alegrias.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O que é uma Cardiopatia Congénita

Cardiopatia congénita é a doença na qual há anormalidade da estrutura ou função do coração, que está presente no nascimento, esta malformação no coração do bebé ocorre ainda na barriga da mãe, mesmo que descoberta muito mais tarde.


Cerca de oito em cada mil crianças nasce com uma cardiopatia, o que faz com que as cardiopatias congénitas sejam das malformações mais frequentes, nos recém nascidos, constituindo 15 a 20 por cento de todas as malformações nas crianças sendo a principal causa de mortalidade no período neonatal nos países desenvolvidos.

Na maioria dos casos, o médico suspeita de cardiopatia na criança quando:
 - Ausculta um sopro no coração -  Nem todo sopro no coração, significa presença de cardiopatia, muitas vezes crianças normais podem apresentar sopros no coração e nestes casos eles são chamados de “sopros inocentes”.  - Detecta cianose (extremidades arroxeadas, lábios roxos).
- Quando a criança se cansa muito durante a  amamentação, durante o choro ou quando faz algum esforço.
- Apresenta sudação excessiva.
- Dificuldade para aumentar de peso a um ritmo normal.

Alguns defeitos cardíacos podem ser resolvidos espontâneamente sem cirurgia, mas em muitos casos a criança necessita realizar uma cirurgia cardíaca
,  já no período neonatal, outras vezes no lactente, ou, criança maior, conforme a necessidade, poderá até necessitar de mais do que uma cirurgia. Outras vezes, as cardiopatias nas crianças podem ser tratadas por cateterismo cardíaco (É um exame cardiológico invasivo feito para diagnosticar ou corrigir problemas cardiovasculares) sem necessidade de cirurgia.
Dentre as doenças cardíacas congénitas, há dois tipos:
  • Doenças que apresentam cianose (coloração azul decorrente de pouco oxigénio no coração);
  • Doenças que não apresentam cianose;